13 de setembro de 2018

" DE QUEM É A CULPA "

Recebemos a noticia de um trágico incêndio em que todos nos brasileiros perdemos um imenso e valioso acervo de nossa história e cultura no Museu Nacional do Rio de Janeiro e podemos afirmar desde agora que foi por pura negligência e que  ainda não aprendemos com erros passados em que esses fatos voltem a ocorrer e nunca os responsáveis vão ser identificados e punidos severamente e ainda vamos continuar a assistir ao jogo de empurra de culpabilidade de uns para outros.


Tivemos anteriormente incêndios em partes de nossa história em que nunca foram apontados qualquer responsável e a cada ano acontecem esses mesmos sinistros sem que tomem alguma providência enérgica e eficaz para que tais fatos não voltem a ocorrer. Podemos listar alguns casos no passado como os incêndios no Museu da Língua Portuguesa; Memorial da América Latina; o Instituto Butantã; o do Teatro da Cultura Artística; da Cinemateca e muitos outros. 

Todos  eles não foram acidentes, mas sim crimes cometidos por pessoas irresponsáveis e  negligentes por apenas um motivo que poderia ser evitado chamado "PREVENÇÃO À COMBATE À INCÊNDIO". Melhor prevenir do que remediar e esta sempre foi a melhor forma de controlá-los e combate-los.
O Museu Nacional era administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFPR) que por sua vez pertencente ao governo federal e todas mal administradas por pessoas totalmente incapaz para tal finalidade deixando o caos da queima de milhares de arquivos, pesquisas, estudos, documentos e de peças irrecuperáveis por anos de trabalho.


Como um desastre pode acontecer a qualquer momento, quem falhou e de quem e a culpa. Todos falharam numa cadeia de falhas sem um final. A Diretoria do Museu por sua vez acusou a Reitoria da Universidade que por sua vez culpou os Ministros, que por sua vez culpou os Governos anteriores, até os Bombeiros foram indicados por culpa do incêndio pela falta de água e da própria fiscalização, todos jogam a culpa uns nos outros, mas ninguém chega a uma conclusão definitiva ou tem a postura de assumir a culpabilidade.

A fiscalização e a Prevenção de um local de trabalho e de total responsabilidade por cada um de nos (Gestores, Reitores, Diretores, Administradores, Gerentes, Chefes, Órgãos Fiscalizadores Municipal, Estadual e Federal e de todos os Funcionários que ali trabalham). Todos sem exceção deixaram de se preocupar com a sua segurança própria e a Prevenção e Combate à Incêndio do local. Como eu posso realizar o meu trabalho em um local perigoso, insalubre e sem qualquer tipo de princípios básicos de prevenção a acidentes ou a fogo como extintores bem localizados e em ordem, hidrantes e mangueiras, brigada de incêndio, portas corta-fogo, sprinklers, alarmes, rotas de fuga, sinalização, treinamentos, etc.


Como manter as minhas atividades laboral com acumulo de materiais de fácil combustão, inflamáveis depositados fora de padrões de segurança, redes elétricas fora de padrões ou com sobrecarga e falta de manutenção, tudo isso contribui para um alto risco de incêndio e ninguém se preocupava, reclamava, alertava ou fazia o minimo possível para minimizar o risco de fogo.

Não é só verbas que se pode realizar uma boa prevenção e tornar o trabalho salutar. Sabe-se que o museu recebia pouca verba, mas 80% desta verba era aplicada para a folha de pagamento dos funcionários, onde entra a Prevenção e eu pergunto se esse ocorrido tivesse no horário de expediente normal a tragedia poderia ter sido muito maior com a perda de vidas humanas. Isso se chama má gestão do dinheiro público.

O que se sabe ate agora é que não adianta mais prevenir e nem mais dinheiro para a realização de obras necessárias, só esperamos que na reconstrução sejam aplicadas medidas de prevenção em primeiro lugar.


O que podemos concluir é que ninguém pediu desculpas ao povo brasileiro, ninguém se demitiu, ninguém foi demitido e provavelmente não haverá culpados e nem punição a alguém, só prejuízos e a culpa toda vai cair pela falta de dinheiro ou então no ambulante que vendia cachorro quente na esquina do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Isso é o nosso Brasil gente.

Esse não sera o primeiro e nem o ultimo caso e aguardem em breve nova tragédia poderá ocorrer em algum outro museu ou instituição espalhados pelo Brasil, porque não há gestores com competência e não se realiza prevenção, fiscalização e punição em qualquer bem público. O povo é quem paga a conta e tudo permanecerá como está.